quarta-feira, 29 de junho de 2011

o vento.

hoje foi, no mínimo, estranho. aliás, não só hoje. é que a gente se perde no tempo, na falta de misericordia das horas que passam sem dar chance de pausar. então é isso. há algum tempo tem sido uma estranheza sem fim. e hoje parece ter sido o ápice.
as temperaturas aqui são altas a tarde inteira. a manhã é até refrescante, mas as tardes.. sempre o mesmo sol escaldante, o clima parado. não tem vento nem chuva beijando os nossos rostos. mas hoje não. o vento fez questão de abrir a janela do quarto, me acordar do sonho, bagunçar os cabelos e fazer a tarde fresca pelo menos uma vez em seis meses, quase sete. e eu esperava estar totalmente satisfeita com isso. mas é que ando meio diferente. tem alguma coisa aqui por dentro que.. não sei.. parece não fazer parte de mim, parece não fazer parte de nada que me satisfaça. ainda mais depois de... bem.. não vem ao caso. a verdade é que doeu pensar no funcionamento desses ventos todos que passam pela vida da gente. ou é pra trazer, ou é pra levar.
ontem não aguentei tudo o que eu ouvi e o que tenho ouvido, então transbordei. ou é tudo muito mais fácil do que a gente pensa, ou bem mais difícil. e eu tenho mudado as preferências, tenho acreditado somente no que é belo e faz bem. mas não deu. hoje, desde que acordei, minha mente está meio embaralhada, meu peito doendo em um lugar diferente. e aquele medo. aquela sensação de início de fim, sabe? uma das piores que já senti.
eu sou assim, mais intensa do que gostaria. acabo confundindo as coisas, vendo problema onde não tem, fazendo drama, e nunca é nada relevante, só uma junção de milhares de coisas bobas e, talvez, mal resolvidas, mas que sempre vão embora num sopro forte que a gente dá. mas é que agora eu não enxerguei absolutamente nada, e era tudo.
só acho que tá tudo um pouco errado. mas deixa pra lá. só quero que, por hoje, o vento traga. que se levar mais alguma coisa, o que é que vai sobrar?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

você pra mim.



eu continuo querendo a tua voz calma falando baixinho no meu ouvido o quanto eu sou aí dentro de ti. e sou, melhor, eu sei, quando guardada dentro do teu peito, com a tristeza calada pela tua boca e o teu cheiro na minha pele, que fica exalando amor o dia inteiro. eu sou melhor quando tu me levas pela mão pra caminhar pelas nossas vontades, olhar pra trás e querer ir pra frente sem parar, e sonhar mais, e descobrir mais, e ser mais dentro um do outro e de nós mesmos. que tu só vieste somar as mais agradáveis coisas. vieste regar o jardim pra que flores melhores crescessem, mais bonitas e mais vivas do que as outras, e que, se murcham, são rapidamente substituídas por quaisquer coisas mais belas. vieste pra trazer mais cores, pra trazer mais sabor, pra abusar do que se sente fora ou dentro. vieste completar, sem dúvidas. e se falta alguma coisa é só a tua presença no sempre, no dia-a-dia, no passar das horas que tu deixavas mais bonitas quando estavas perto. mas o que falta é a presença física, porque aqui por dentro tem muito e sempre caberá mais e mais de ti.

p.s.: 1 ano e 1 mês (:

quarta-feira, 22 de junho de 2011

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A gente sente mais do que consegue guardar, quase sempre. E transborda pelos olhos, pelos poros, ou enche o porão da alma, estica as paredes à força, fecha as portas, as janelas, que é pra gente esquecer que tem algo ali. Mas a gente sempre lembra, de um jeito ou de outro, querendo ou não. Alguma hora a gente abre as cortinas que escurecem o porão de dentro de nós, nem que seja pra procurar as partes que deixamos pra trás quando ainda não havia motivo algum pra se reconstruir. porque é preciso procurar no fundo da gente o que, por tanto tempo, precisou ser esquecido, mas que, no final das contas, faria um bem maior do que esperávamos.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

18



corre, tempo
que toda essa espera
já cansou de ser.
que eu só consigo sonhar
com o teu sorriso ocupando todo
o meu raio de visão.
e eu não preciso de mais nada pra olhar.

corre, tempo
mas só quando a gente estiver longe
e tenta passar devagar
quando eu estiver deitada no teu carinho
quando for acelerado o bater do peito
quando não houver nada ruim pra ser sentido.

corre, tempo
que eu só quero sentir amor
com o cheiro da tua pele
o toque das tuas mãos
e o gosto da tua boca.

domingo, 12 de junho de 2011

Feliz hoje, feliz sempre.



ninguém precisa de dia marcado pra ser feliz
que 24 horas não são nada
perto de todos os outros dias.
e felicidade não é questão de ter.
nem outro alguém
nem outra coisa.
é questão de ser
ser
.
.
acompanhado de outros
ou de você mesmo


p.s.: feliz sempre pro meu namorado. e pro resto do mundo.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

rotativa

se a incerteza aparecer, lembra:
o que a gente é
é o que nos torna diferente dos outros.
o que a gente quer
é o que impulsiona o que virá.
e toda essa espera,
mesmo que o destino não queira trazer
o final sem final que a gente sempre sonhou,
a vida, já é sabido,
há de nos recompensar

e recomeçar.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

memória olfativa

eles sempre complicam tudo.
e acham que não é real o que é simples.
é real e melhor. é real e melhor.

felizes somos nós...

é preciso parar de fugir do cheiro da fumaça
e respirar fundo

que é pra sentir de novo
os cheiros que ficaram comigo:
o da pele, o da roupa, o do cabelo..

que é pra te sentir de novo
(e como sempre)
aqui